Com a exceção de uma passagem do livro Sexto das Saudades da Terra de Gaspar Frutuoso, não se conhecem referências documentais ou bibliográficas que registem quaisquer fortificações militares na ilha do Corvo, desde o começo do seu povoamento. Ainda assim, quando abordamos a tradição oral, junto dos mais velhos que ainda habitam na Vila, registamos uma narrativa que evoca a existência de uma espécie de estrutura defensiva, situada a meia-encosta, e sobranceira à antiga Vila e ao seu porto, chamado das Casas. Pelos nomes atribuídos ao local, deduzimos a sua eventual função militar, ao encontrarmos a toponímia de Fortaleza, e registarmos, junto à mesma, o lugar do Portão. Não sendo possível equacionar a existência de uma fortaleza naquela área, de reduzido tamanho, é, no entanto, possível imaginarmos ali a presença de um muro defensivo, assim disposto para fortalecer a posição sobranceira à principal enseada do povoado.
Para os depositários da memória corvina que sempre souberam da existência do topónimo Fortaleza, este muro de grande dimensão terá feito parte do primeiro Bardo do Rei, que delimitava as terras que eram do Rei e que com o passar do tempo vai diminuindo de área até aos nossos dias em que delimita a zona de Baldio.