A casa do Corvo resulta de um conjunto de transformações e aperfeiçoamentos que ocorreram ao longo do tempo, chegando-se no século XIX ao que atualmente pode ser apontada como a casa vernacular da ilha.
Através do testemunho de quem visitou a ilha no século XIX sabe-se que a maior parte das casas ainda apresentavam a pedra à vista e que algumas já tinham cobertura de telha grosseira; já existiam algumas casas de dois pisos com algo semelhante a uma cozinha no piso térreo, com forno para o pão e, no piso superior, estariam os quartos e a sala. Nesta época nota-se ainda uma indefinição do espaço ocupado pela cozinha, que serve também de abrigo a pequenos animais e alfaias agrícolas, o que só no século XX deixa de acontecer quando encontrámos a cozinha autónoma na sua forma e função; há também referência ao acesso ao piso superior, que era feito exclusivamente por uma escada exterior que terminava num pequeno patamar.
O aparecimento de chaminés, a deslocação do forno para o exterior da cozinha, mantendo-se o acesso ao forno pelo interior e, ainda, a construção de pequenas escadas interiores de acesso ao piso superior terá ocorrido na segunda metade do século XVIII.
A organização do espaço urbano da vila é condição fundamental para se entender a casa vernacular corvina, nomeadamente: virada a sul e disposta na encosta de modo a assegurar que todas as casas ficavam expostas ao sol.