Apoio à agropecuária

A agricultura e a pecuária foram, desde sempre, atividades de subsistência das gentes do Corvo. Da criação das ovelhas de outrora ao gado bovino atualmente, passando pelo cultivo de cereais, leguminosas, tubérculos e frutas. É nas chamadas terras de cima que se concentram a maior parte das pastagens e os terrenos de maior dimensão, e era aí que os homens passavam a maior parte do dia. As terras de baixo, hoje grandemente ocupadas pelas infraestruturas do aeroporto, eram dedicadas à produção cerealífera.

A atividade agropecuária requer a construção de estruturas de apoio à labuta dos seres humanos e à sobrevivência dos animais. Hoje, muitas dessas estruturas são meros testemunhos de um modo de vida desaparecido ou em transformação, lugares-memória desta comunidade secular.

Palheiros

Estas estruturas tinham como função abrigar o gado, principalmente as vacas quando estão prestes a parir, bem como as suas crias (piso térreo), e funcionavam também como depósito de alfaias agrícolas e alimento para o gado (piso superior), mantendo na sua maioria, a sua função original. São construções de planta simples, de dois pisos, salvo raras exceções, em alvenaria de pedra seca e cobertura de duas águas em telha de meia-cana tradicional, onde se aproveita o desnível do solo para esta construção em altura; encontram-se sempre dentro da delimitação dos terrenos, junto à estrada ou caminho de acesso ao mesmo.

Calçadouros ou calçadas

Em alguns dos terrenos nas terras de cima, é possível encontrar, nas paredes voltadas a nascente, cavidades de diferentes dimensões - os calcadouros ou calçadas - cuja função era a de abrigar do sol as cabaças de leite e a “ração” isto é, porção de alimento para uma refeição dos lavradores.

Manjedouras

As manjedouras, também encontradas nos muros, são estruturas semelhantes aos calçadouros, mas ao invés de serem cavidades, são projetadas para o exterior, de forma a ser ali colocada a comida do gado.

Chiqueiros

Os chiqueiros são estruturas, também em pedra seca, de pseudocúpula, construídos ao canto do terreno, cujos muros constituíam dois dos lados da estrutura, e que funcionava como um abrigo para os bezerros, que nasciam durante os meses de fevereiro e março, maioritariamente. Em casos em que são de maiores dimensões, serviam como abrigo aos homens.

Poços

No Corvo, os poços consistem em tanques que são bebedouros para os animais. Estão presentes em quase todos as pastagens nas terras de cima. Apresentam uma planta retangular e encontram-se enterrados no solo, sendo cobertos, parcialmente, por pedra seca, que lhes confere o aspeto de um abrigo, que se vai revelando consoante nos aproximamos. Para abastecer estes poços eram feitos sulcos no solo, conforme o declive, que permitiam encaminhar a água das chuvas ou dos cursos de água sazonais existentes nas redondezas.

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