O mecanismo de moagem de uma atafona assenta na utilização da tração animal, tendo havido tendência para proliferarem, principalmente em meios mais rurais, até ao advento das moagens industrializadas. O moinho de vento, numa primeira instância, e posteriormente o uso de maquinaria, levou ao seu desaparecimento gradual, até a atafona se tornar numa realidade meramente ilustrativa e casual.
No Corvo, as atafonas, movidas por bois, foram utilizadas para moer cereais como o trigo, o centeio, a cevada e o milho, e a junça, dada a ausência de cursos de água para moinhos de água, e o custo de construção de moinhos de vento. Cada atafona era comum a um grupo de pessoas que constituíam os “sócios” daquela atafona. Só na década de 1950 é que surgiu a primeira moagem mecanizada, por iniciativa do padre Leonete Vieira do Rego.
No início da década de 1960, a ilha do Corvo dispunha de seis atafonas em funcionamento regular, distribuídas por várias áreas no interior da Vila. Os motivos que levaram à utilização das atafonas até um período tão tardio prenderam-se, principalmente, com a escassez de água corrente para edificação de azenhas, com a intensidade dos ventos que nem sempre permitiam operar os moinhos de vento, bem como com a necessidade de uma comunidade ultraperiférica garantir a sua autonomia alimentar.
Atualmente, ainda é possível visitar uma atafona na Vila, sita junto ao Centro de Interpretação de Aves Selvagens e do Gabinete de Apoio Técnico do Ecomuseu.